Allan Kardec

 

Hippolyte Léon Denizard Rivail (Lyon, 3 de outubro de 1804 — Paris, 31 de março de 1869) foi educador, escritor e tradutor francês. Sob o pseudônimo de Allan Kardec, notabilizou-se como o codificador do espiritismo (neologismo por ele criado), também denominado de Doutrina Espírita.

Diz-se codificador pois o seu trabalho foi o de reunir, compilar e sistematizar textos recebidos por diversos médiuns naquela época.

O pseudônimo "Allan Kardec", segundo biografias, foi adotado pelo Prof. Rivail a fim de diferenciar a Codificação Espírita dos seus trabalhos pedagógicos anteriores. Segundo algumas fontes, o pseudônimo foi escolhido pois um espírito revelou-lhe que haviam vivido juntos entre os druídas, na Gália, e que então o Codificador se chamava "Allan Kardec".

A juventude e a atividade pedagógica.

Nascido numa antiga família de orientação católica com tradição na magistratura e na advocacia, desde cedo manifestou propensão para o estudo das ciências e da filosofia.

Fez os seus estudos na Escola de Pestalozzi, no Castelo de Zahringenem, em Yverdon-les-Bains, na Suíça (país protestante), tornando-se um dos seus mais distintos discípulos e ativo propagador de seu método, que tão grande influência teve na reforma do ensino na França e na Alemanha.

Aos quatorze anos de idade já ensinava aos seus colegas menos adiantados, criando cursos gratuitos para os mesmos. Aos dezoito, bacharelou-se em Ciências e Letras.

Concluídos os seus estudos, o jovem Rivail retornou ao seu país natal. Profundo conhecedor da língua alemã, traduzia para este idioma diferentes obras de educação e de moral, com destaque para as obras de François Fénelon, pelas quais manifestava particular atração.

Conhecia a fundo os idiomas francês, alemão, inglês e holandês, além de dominar perfeitamente os idiomas italiano e espanhol.

Era membro de diversas sociedades, entre as quais da Academia Real de Arras, que, em concurso promovido em 1831, premiou-lhe uma memória com o tema "Qual o sistema de estudos mais de harmonia com as necessidades da época?".

A 6 de fevereiro de 1832 desposou Amélie Gabrielle Boudet. Em 1824, retornou a Paris e publicou um plano para aperfeiçoamento do ensino público.

Após o ano de 1834, passou a lecionar, publicando diversas obras sobre educação, e tornou-se membro da Real Academia de Ciências Naturais.

Como pedagogo, o jovem Rivail dedicou-se à luta para uma maior democratização do ensino público.

Entre 1835 e 1840, manteve em sua residência, à rua de Sèvres, cursos gratuitos de Química, Física. Anatomia comparada, Astronomia e outros.

Nesse período, preocupado com a didática, criou um engenhoso método de ensinar a contar e um quadro mnemônico da História de França, visando facilitar ao estudante memorizar as datas dos acontecimentos de maior expressão e as descobertas de cada reinado do país.

As matérias que lecionou como pedagogo são:

Química, Matemática, Astronomia, Física, Fisiologia, Retórica, Anatomia Comparada e Francês.

Das mesas girantes à Codificação.

Conforme o seu próprio depoimento, publicado em Obras Póstumas, foi em 1854 que o Prof. Rivail ouviu falar pela primeira vez do fenômeno das "mesas girantes", bastante difundido à época, através do seu amigo Fortier, um magnetizador de longa data.

Sem dar muita atenção ao relato naquele momento, atribuindo-o somente ao chamado magnetismo animal de que era estudioso, só em maio de 1855 sua curiosidade se voltou efetivamente para as mesas, quando começou a frequentar reuniões em que tais fenômenos se produziam.

Durante este período, também tomou conhecimento do fenômeno da escrita mediúnica - ou psicografia, e assim passou a se comunicar com os espíritos.

Um desses espíritos, conhecido como um "espírito familiar", passa a orientar os seus trabalhos.

Mais tarde, este espírito iria lhe informar que já o conhecia no tempo das Gálias, com o nome de Allan Kardec.

Assim, Rivail passa a adotar este pseudônimo, sob o qual publicou as obras que sintetizam as leis da Doutrina Espírita.

Convencendo-se de que o movimento e as respostas complexas das mesas deviam-se à intervenção de espíritos, Kardec dedicou-se à estruturação de uma proposta de compreensão da realidade baseada na necessidade de integração entre os conhecimentos científico, filosófico e moral, com o objetivo de lançar sobre o real um olhar que não negligenciasse nem o imperativo da investigação empírica na construção do conhecimento, nem a dimensão espiritual e interior do Homem.

Tendo iniciado a publicação das obras da Codificação em 18 de abril de 1857, quando veio à luz O Livro dos Espíritos, considerado como o marco de fundação do Espiritismo, após o lançamento da Revista Espírita (1 de janeiro de 1858), fundou, nesse mesmo ano, a primeira sociedade espírita regularmente constituída, com o nome de Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.

Obras:

O professor Rivail escreveu diversos livros pedagógicos, dentre os quais destacam-se:

1824 - Curso prático e teórico de Aritmética, segundo o método de Pestalozzi, para uso dos professores e mães de família, com modificações - 2 tomos.

1828 - Plano proposto para melhoramento da Instrução Pública.

1831 - Gramática Francesa Clássica.

1831 - Qual o sistema de estudo mais consentâneo com as necessidades da época?.

1846 - Manual dos exames para os títulos de capacidade: soluções racionais de questões e problemas de Aritmética e de Geometria.

1848 - Catecismo gramatical da Língua Francesa.

1849 - Programa dos Cursos ordinários de Química, Física, Astronomia, Fisiologia.

1849 - Ditados normais dos exames da Municipalidade e da Sorbona.

1849 - Ditados especiais sobre as dificuldades ortográficas.

Obras espíritas:

As cinco obras fundamentais que versam sobre o Espiritismo, sob o pseudônimo Allan Kardec, são:

O Livro dos Espíritos, Princípios da Doutrina Espírita, publicado em 18 de abril de 1857.

O Livro dos Médiuns ou Guia dos Médiuns e dos Evocadores, em janeiro de 1861.

O Evangelho segundo o Espiritismo, em abril de 1864.

O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo, em agosto de 1865.

A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, em janeiro de 1868.

Além delas, como Kardec, publicou mais cinco obras complementares:

Revista Espírita (periódico de estudos psicológicos), publicada mensalmente de 1 de janeiro de 1858 a 1869.

O que é o Espiritismo? (resumo sob a forma de perguntas e respostas), em 1859.

Instrução prática sobre as manifestações espíritas (substituída pelo Livro dos Médiuns; publicada no Brasil pela editora O Pensamento).

O Espiritismo em sua expressão mais simples, em 1862.

Viagem Espírita de 1862 (publicada no Brasil pela editora O Clarim).

Após o seu falecimento, viria à luz:

Obras Póstumas, em 1890.

Outras obras menos conhecidas foram também publicadas no Brasil:

O Principiante Espírita (pela editora O Pensamento).

A Obsessão (pela editora O Clarim).

Diplomas obtidos.

Lista dos principais diplomas obtidos por Denizard Rivail durante a sua carreira de professor e diretor de colégio:

Diploma de fundador da Sociedade de Previdência dos Diretores de Colégios e Internatos de Paris - 1829.

Diploma da Sociedade para a Instrução Elementar - 1847. Secretário geral: H. Carnot.

Diploma do Instituto de Línguas, fundado em 1837. Presidente: Conde Le Peletier-Jaunay.

Diploma da Sociedade de Educação Nacional, constituída pelos diretores de Colégios e de Internatos da França - 1835. Presidente: Geoffroy de Saint-Hilaire.

Diploma da Sociedade Gramatical, fundada em Paris em 1807, por Urbain Domergue - 1829.

Diploma da Sociedade de Emulação e de Agricultura do Departamento do Ain - 1828 (Rivail fora designado para expor e apresentar em França o método de Pestalozzi).

Diploma do Instituto Histórico, fundado em 24 de Dezembro de 1833 e organizado a 6 de Abril de 1834. Presidente: Michaud, membro da academia francesa.

Diploma da Sociedade Francesa de Estatística Universal, fundada em Paris, em 22 de Novembro de 1820. por César Moreau.

Diploma da Sociedade de Incentivo à Indústria Nacional, fundada por Jomard, membro do Instituto.

Medalha de ouro, 1º prêmio, conferida pela Sociedade Real de Arrás, no concurso realizado em 1831, sobre educação e ensino.

Os últimos anos.

Kardec passou os anos finais da sua vida dedicado à divulgação do Espiritismo entre os diversos simpatizantes, e defendê-lo dos opositores através da Revista Espírita Ou Jornal de Estudos Psicológicos.

 Faleceu em Paris, a 31 de março de 1869, aos 64 anos de idade, em decorrência da ruptura de um aneurisma, quando trabalhava numa obra sobre as relações entre o Magnetismo e o Espiritismo, ao mesmo tempo em que se preparava para uma mudança de local de trabalho.

Está sepultado no Cemitério do Père-Lachaise, uma célebre necrópole da capital francesa.

Junto ao túmulo, erguido como os dólmens druídicos, Acima de sua tumba, seu lema: "Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei", em francês.

Em seu sepultamento, seu amigo, o astrônomo francês Camille Flammarion proferiu o seguinte discurso, ressaltando a sua admiração por aquele que ali baixava ao túmulo:

Voltaste a esse mundo donde viemos e colhes o fruto de teus estudos terrestres. Aos nossos pés dorme o teu envoltório, extinguiu-se o teu cérebro, fecharam-se-te os olhos para não mais se abrirem, não mais ouvida será a tua palavra… Sabemos que todos havemos de mergulhar nesse mesmo último sono, de volver a essa mesma inércia, a esse mesmo pó. Mas, não é nesse envoltório que pomos a nossa glória e a nossa esperança. Tomba o corpo, a alma permanece e retorna ao Espaço. Encontrar-nos-emos num mundo melhor e no céu imenso onde usaremos das nossas mais preciosas faculdades, onde continuaremos os estudos para cujo desenvolvimento a Terra é teatro por demais acanhado. (…) Até à vista, meu caro Allan Kardec, até à vista!

 

CHICO XAVIER

Chico Xavier

Primeira infância.

Nascido no seio de uma família humilde, era filho de João Cândido Xavier, um vendedor de bilhetes de loteria, e de Maria João de Deus, uma dona de casa católica. Segundo biógrafos, a mediunidade de Chico teria se manifestado pela primeira vez aos quatro anos de idade, quando ele respondeu ao pai sobre ciências, durante conversa com uma senhora sobre gravidez. Ele dizia ver e ouvir os espíritos e conversava com eles.

Os abusos da madrinha.

A mãe faleceu quando Francisco tinha apenas cinco anos de idade. Incapaz de criá-los, o pai distribuiu os nove filhos entre a parentela. Nos dois anos seguintes, Francisco foi criado pela madrinha e antiga amiga de sua mãe, Rita de Cássia, que logo se mostrou uma pessoa cruel, vestindo-o de menina e batendo-lhe diariamente, inicialmente por qualquer pretexto e, mais tarde, sob a alegação de que o "menino tinha o diabo no corpo".

Não se contentando em açoitá-lo com uma vara de marmelo, Rita passou a cravar-lhe garfos de cozinha no ventre, não permitindo que ele os retirasse, o que ocasionou terríveis sofrimentos ao menino. Os únicos momentos de paz que tinha consistiam nos diálogos com o espírito de sua mãe, com quem se comunicava desde os cinco anos de idade. O menino viu-a após uma prece, junto à sombra de uma bananeira no quintal da casa. Nesses contatos, o espírito da mãe recomendava-lhe "paciência, resignação e fé em Jesus".

A madrinha ainda criava outro filho adotivo, Moacir, que sofria de uma ferida incurável na perna. Rita decidiu seguir a simpatia de uma benzedeira, que consistia em fazer uma criança lamber a ferida durante três sextas-feiras em jejum, sendo a tarefa atribuída ao pequeno Francisco. Revoltado com a imposição, Francisco conversou novamente com o espírito da mãe, que o aconselhou a "lamber com paciência". O espírito explicou-lhe que a simpatia "não é remédio, mas poderia aplacar a ira da madrinha", esta sim passível de colocar em risco a sua vida. Os espíritos se encarregariam da cura da ferida. De fato, curada a perna de Moacir, Rita de Cássia melhorou o tratamento dado a Francisco.

A madrasta.

O seu pai casou-se novamente e a nova madrasta, Cidália Batista, exigiu a reunião dos nove filhos. Francisco tinha então sete anos de idade. O casal teve ainda mais seis filhos. Por insistência da madrasta, o menino foi matriculado na escola pública. Nesse período, o espírito de Maria João parou de manifestar-se. O jovem Francisco, para ajudar nas despesas da casa, começou a trabalhar vendendo os legumes da horta da casa.

Na escola, como na igreja, as faculdades paranormais de Francisco continuaram a causar-lhe problemas. Durante uma aula do 4º ano primário, afirmou ter visto um homem, que lhe ditou as composições escolares, mas ninguém lhe deu crédito e a própria professora não se importou. Uma redação sua ganhou menção honrosa num concurso estadual de composições escolares comemorativas do centenário da Independência do Brasil, em 1922. Enfrentou o ceticismo dos colegas, que o acusaram de plágio, acusação essa que sofreu durante toda a vida. Desafiado a provar os seus dons, Francisco submeteu-se ao desafio de improvisar uma redação (com o auxílio de um espírito) sobre um grão de areia, tema escolhido ao acaso, o que realizou com êxito.

A madrasta Cidália pediu a Francisco que consultasse o espírito da falecida mãe dele sobre como evitar que uma vizinha continuasse a furtar hortaliças e esta lhe disse para torná-la responsável pelo cuidado da horta, conselho que, posto em prática, levou ao fim dos furtos. Assustado com a mediunidade do jovem, o seu pai cogitou em interná-lo.

O padre Scarzelli examinou-o e concluiu que seria um erro a internação, tratando-se apenas de "fantasias de menino". Scarzelli simplesmente aconselhou a família a restringir-lhe as leituras (tidas como motivo para as fantasias) e a colocá-lo no trabalho. Francisco, então, ingressou como operário em uma fábrica de tecidos, onde foi submetido à rigorosa disciplina do trabalho fabril, que lhe deixou sequelas para o resto da vida.

No ano de 1924, terminou o antigo curso primário e não mais voltou a estudar. Mudou de trabalho, empregando-se como caixeiro de venda, ainda em horários extensos. Apesar de católico devoto e das incontáveis penitências e contrições prescritas pelo padre confessor, não parou de ter visões e nem de conversar com espíritos.

O contato com a doutrina espírita.

Em 1927, então com dezessete anos de idade, Francisco perdeu a madrasta Cidália e se viu diante da insanidade de uma irmã, que descobriu ser causada por um processo de obsessão espiritual. Por orientação de um amigo, Francisco iniciou-se no estudo do espiritismo.

No mês de maio desse mesmo ano, recebeu nova mensagem de sua mãe, na qual lhe era recomendado o estudo das obras de Allan Kardec e o cumprimento de seus deveres. Em junho, ajudou a fundar o Centro Espírita Luiz Gonzaga, em um simples barracão de madeira de propriedade de seu irmão. Em julho, por orientação dos espíritos benfeitores, iniciou-se na prática da psicografia, escrevendo dezessete páginas. Nos quatro anos subsequentes, aperfeiçoou essa capacidade embora, como relata em nota no livro Parnaso de Além-Túmulo, ela somente tenha ganho maior clareza em finais de 1931.

Desse modo, pela sua mediunidade começaram a manifestar-se diversos poetas falecidos, somente identificados a partir de 1931. Em 1928, começou a publicar as suas primeiras mensagens psicografadas nos periódicos O Jornal, do Rio de Janeiro, e Almanaque de Notícias, de Portugal.

As primeiras obras.

Em 1931, em Pedro Leopoldo, iniciou a psicografia da obra Parnaso de Além-Túmulo. Esse ano, que marca a "maioridade" do médium, é o ano do encontro com seu mentor espiritual Emmanuel, "...à sombra de uma árvore, na beira de uma represa..." (SOUTO MAIOR, 1995:31). O mentor informa-o sobre a sua missão de psicografar uma série de trinta livros e explica-lhe que para isso são lhe exigidas três condições: "disciplina, disciplina e disciplina".

Severo e exigente, o mentor instruiu-o a manter-se fiel a Jesus e a Kardec, mesmo na eventualidade de conflito com a sua orientação. Mais tarde, o médium conheceu que Emmanuel havia sido o senador romano Publius Lentulus, posteriormente renascido como escravo e simpatizante do cristianismo e que, em reencarnação posterior, teria sido o padre jesuíta Manuel da Nóbrega, ligado à evangelização do Brasil.

Em 1932, foi publicado o Parnaso de Além-Túmulo pela Federação Espírita Brasileira (FEB). A obra, coletânea de poesias ditadas por espíritos de poetas brasileiros e portugueses, obteve grande repercussão junto à imprensa e à opinião pública brasileira e causou espécie entre os literatos brasileiros, cujas opiniões se dividiram entre o reconhecimento e a acusação de pastiche. O impacto era aumentado ao se saber que a obra tinha sido escrita por um "modesto escriturário" de armazém do interior de Minas Gerais, que mal completara o primário. Conta-se que o espírito de sua mãe aconselhou-o a não responder aos críticos.

Os direitos autorais das suas obras são concedidos à FEB. Nesse período, inicia a sua relação com Manuel Quintão e Wantuil de Freitas. Ainda nesse período, descobriu ser portador de uma catarata ocular, problema que o acompanhou pelo resto da vida. Os espíritos seus mentores, Emmanuel e Bezerra de Menezes, orientam-no para tratar-se com os recursos da medicina humana e não contar com quaisquer privilégios dos espíritos.

Continuou com o seu emprego de escrevente-datilógrafo na Fazenda Modelo da Inspetoria Regional do Serviço de Fomento da Produção Animal, iniciado em 1935 e a exercer as suas funções no Centro Espírita Luís Gonzaga, atendendo aos necessitados com receitas, conselhos e psicografando as obras do Além. O administrador da fazenda era o engenheiro agrônomo Rômulo Joviano, também espírita, que além de conseguir o emprego para Chico, o ajudava a ter a paz necessária para os trabalhos de psicografia, além de acompanhar as sessões do Centro Luiz Gonzaga, do qual se tornaria presidente. Foi justamente no período em que psicografava nos porões da casa de Joviano que foi escrita uma de suas maiores obras, intitulada Paulo e Estevão. Paralelamente, iniciou uma longa série de recusas de presentes e distinções, que perdurará por toda a vida, como por exemplo a de Fred Figner, que lhe legou vultosa soma em testamento, repassada pelo médium à FEB.

Com a notoriedade, prosseguiram as críticas de pessoas que tentavam desacreditá-lo. Além dessas pessoas, Chico Xavier ainda dizia que inimigos espirituais buscavam atingi-lo com fluidos negativos e tentações. Souto Maior relata uma tentativa de "linchamento pelos espíritos", bem como um episódio em que jovens nuas tentam o médium em sua banheira. Observe-se que ambos os episódios contêm aspectos narrativos comuns à chamada "prova", comum em histórias de santidade.

O processo da viúva de Humberto de Campos.

No decorrer da década de 1930, destacaram-se ainda a publicação dos romances atribuídos a Emmanuel e da obra Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, atribuída ao espírito de Humberto de Campos, onde a história do Brasil é interpretada de forma mítica e teológica. Essa última obra trouxe como consequência uma ação judicial movida pela viúva do escritor, que pleiteou por essa via direitos autorais pelas obras psicografadas, caso se confirmasse a autoria do famoso escritor maranhense.

A defesa do médium foi suportada pela FEB e resultou, posteriormente, no clássico A Psicografia Perante os Tribunais, do advogado Miguel Timponi. Em sua sentença, o juiz decidiu que os direitos autorais referiam-se à obra reconhecida em vida do autor, não havendo condição de o tribunal se pronunciar sobre a existência ou não da mediunidade. Ainda assim, para evitar possíveis futuras polêmicas, o nome do escritor falecido foi substituído pelo pseudônimo Irmão X.

Nesse período, Francisco ingressou no serviço público federal, como auxiliar de serviço no Ministério da Agricultura. Vale salientar que, em toda a sua carreira como funcionário público, não existe registro de qualquer falta ao serviço.

O romance Nosso Lar

Em 1943, vem a público uma das obras mais populares da literatura espírita no país, o romance Nosso Lar, o mais vendido e divulgado da extensa obra do médium, que no ano de 2010 se tornou um filme. Esse é o primeiro de uma série de livros cuja autoria é atribuída ao espírito André Luiz.

Nesse período, a celebridade de Chico Xavier é crescente e cada vez mais pessoas o procuram em busca de curas e mensagens, transformando a pequena cidade de Pedro Leopoldo em um centro informal de peregrinação. Tendo morrido na miséria o seu antigo patrão, José Felizardo, o médium empenha-se em arranjar-lhe um sepultamento digno, pedindo doações de casa em casa para esse fim. De acordo com o seu biógrafo Ubiratan Machado, "...até mesmo um mendigo cego doou-lhe toda a féria do dia". (MACHADO, 1996:53).

O caso Amauri Pena

Em 1958, o médium viu-se no centro de uma nova polêmica, desta vez por conta das denúncias de um sobrinho, Amauri Pena, filho da irmã curada de obsessão. O sobrinho, ele mesmo médium psicógrafo, anunciou-se pela imprensa como falso médium, um imitador muito capaz, acusação que estendeu ao tio. Chico Xavier defendeu-se, negando ter qualquer proximidade com o sobrinho. Já com antecedentes de alcoolismo e com sérios remorsos pelos danos causados à reputação do tio, Amauri foi internado num sanatório psiquiátrico em São Paulo, onde veio a falecer.
A parceria com Waldo Vieira

No mesmo período, Chico Xavier conheceu o jovem médico e médium Waldo Vieira, em parceria com quem psicografou diversas obras em comum, até à ruptura de ambos, alguns anos depois. Em 1959, estabeleceu residência em Uberaba, onde viveu até ao fim de seus dias. Continuou a psicografar inúmeras obras, passando a abordar os temas que marcam a década de 1960, como o sexo, as drogas, a questão da juventude, a tecnologia, as viagens espaciais e outros. Uberaba, por sua vez, tornou-se centro de peregrinação informal, com caravanas a chegar diariamente, de pessoas com esperança de um contato com parentes falecidos. Nesse período, popularizam-se os livros de "mensagens": cartas ditadas a familiares por espíritos de pessoas comuns. Prosseguem também as campanhas de distribuição de alimentos e roupas para os pobres da cidade.

Em 22 de maio de 1965, Chico Xavier e Waldo Vieira viajaram para Washington, Estados Unidos, a fim de divulgar o espiritismo no exterior. Com a ajuda de Salim Salomão Haddad, presidente do centro Christian Spirit Center, e sua esposa Phillis, estudaram inglês e lançaram o livro Ideal Espírita, com o nome de The World of The Spirits.

As entrevistas no programa televisivo Pinga-Fogo

No alvorecer da década de 1970, Chico participou de programas de televisão que alcançaram picos de audiência. Nessa década, além da catarata e dos problemas de pulmões, passou a sofrer de angina. Passou ainda a ajudar pessoas pobres com o dinheiro da vendagem de seus livros, tendo para tanto criado uma fundação.

As décadas de 1980 e 1990

Em 1981, foi proposto para se candidatar ao Prêmio Nobel da Paz, campanha encabeçada pelo amigo Augusto César Vanucci, então diretor da Rede Globo,concorrendo com vultos da época, como João Paulo II, prestes a visitar o Brasil pela primeira vez, e pelo líder sindicalista polonês Lech Walesa. Pelo extenso trabalho social exercido pelo médium mineiro, achavam certa sua vitória, já que Madre Teresa de Calcutá, com um trabalho menos vultoso, fora premiada no ano anterior. Mas nenhum destes ganhou - uma instituição da ONU, de acolhimento a refugiados internacionais levou o Nobel naquele ano. Chico não se abatera, chegou mesmo a elogiar a entidade das Nações Unidas que já deu abrigo a mais de 18 milhões de expatriados. Nesse período, a sua fama ampliou-se no exterior, com diversas de suas obras sido vertidas em diversas línguas, assim como ganhou adaptações para telenovelas. Ao final da década de 1990, o médium contava com mais de quatrocentos títulos de livros psicografados. Nesse período, estimava-se em aproximadamente cinquenta milhões os livros espíritas circulando no Brasil, dos quais quinze milhões eram atribuídos a Chico Xavier e doze milhões a Kardec (SANTOS, 1997:89).

No ano de 1994, o tablóide estadunidense National Examiner publicou uma matéria em que, no título, declarava que "Fantasmas escritores fazem romancista milionário". A matéria foi alardeada no Brasil com destaque pela hoje extinta revista Manchete, com o título de Secretário dos Fantasmas, onde se declarava que, segundo informava a National Examiner, o médium brasileiro ficou milionário, havendo ganho 20 milhões de dólares como "secretário de fantasmas".

A revista Manchete continuava: "Segundo o jornal, ele é o primeiro a admitir que os 380 livros que lançou são de 'ghost-writers', mas 'ghosts' mesmo, em sentido literal", concluindo que Chico simplesmente transcreve as obras psicografadas de mais de 500 escritores e poetas mortos e enterrados.

O médium não respondeu, mas a FEB, por seu então Presidente Juvanir Borges de Souza, editora de boa parte das obras de Chico Xavier, enviou uma carta à revista em que informava utilizar os direitos autorais e a remuneração pelas obras de Francisco Cândido Xavier para uso da caridade, o mesmo se passando com outras editoras, ressaltando que "os direitos autorais são cedidos gratuitamente, visando a tornar o livro espírita bastante acessível e a contribuir, destarte, para a difusão da Doutrina Espírita".

O mesmo Presidente da FEB, em 4 de outubro daquele ano, por ocasião do I Congresso Espírita Mundial, apresentou uma "moção de reconhecimento e de agradecimento ao médium Francisco Cândido Xavier", aprovada pelo Conselho Federativo Nacional da FEB, em proposta apresentada pelo Presidente da Federação Espírita do Estado de Sergipe. No documento, as entidades representativas do espiritismo no Brasil devotavam a sua gratidão e respeito ao médium "pelos intensos trabalhos por ele desenvolvidos e pela vida de exemplo, voltados ao estudo, à difusão e à prática do espiritismo, à orientação, ao atendimento e à assistência espiritual e material aos seus semelhantes".

Falecimento.

“'Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.'”

Chico Xavier faleceu aos 92 anos de idade, em decorrência de parada cardiorrespiratória, no dia 30 de junho do ano de 2002, mesma data da morte de Chacrinha. Conforme relatos de amigos e parentes próximos, Chico teria pedido a Deus para morrer em um dia em que os brasileiros estivessem muito felizes e em que o país estivesse em festa, por isso ninguém ficaria triste com seu passamento. O país festejava a conquista da Copa do Mundo de futebol daquele ano, no dia de seu falecimento (Chico morreu cerca de nove horas depois da partida Brasil x Alemanha).

Homenagens.

Chico Xavier é o brasileiro que mais recebeu títulos de cidadão honorário na história. Dezenas de cidades brasileiras, o concederam esse título.

No ano 2000, Chico foi eleito o "Mineiro do século XX", seguido por Santos Dumont e Juscelino Kubitschek, em um concurso realizado pela Rede Globo Minas, tendo vencido com 704.030 votos (27,51% do total).

Em 2006, em uma votação realizada pela Revista Época, ele foi eleito o "O Maior Brasileiro da História", tendo vencido com com 9.966 votos (36% do total).

Na cidade Pedro Leopoldo, também em 2006, foi inaugurada "A Casa de Chico Xavier", um centro de referência à vida e obra do médium. O local é a Residência de Chico entre 1948 e 1959, com reformação para melhor recebimento de visitas.

Em outubro de 2012, no programa O Maior Brasileiro de Todos os Tempos, transmitido pelo SBT, Chico foi eleito, por voto popular, como "o maior brasileiro de todos os tempos". Na semifinal do programa, disputou com Ayrton Senna, venceu com 63,8% dos votos. Na final do programa, Chico disputou com Santos Dumont e Princesa Isabel, vencendo com 71,4% dos votos.

Recentemente, iniciou-se na cidade de Uberaba a construção de um Memorial em sua homenagem.

Filme biográfico

Em 2 de abril de 2010, data em que Chico Xavier completaria 100 anos, estreou Chico Xavier - O Filme, baseado na biografia As Vidas de Chico Xavier, do jornalista Marcel Souto Maior. Dirigido e produzido pelo cineasta Daniel Filho, Chico Xavier é retratado pelos atores Matheus Costa, Ângelo Antônio e Nelson Xavier, respectivamente, em três fases de sua vida: de 1918 a 1922, 1931 a 1959 e 1969 a 1975.

Psicografias

Alegoria que representa, segundo a ótica espírita, o médium Chico Xavier psicografando uma mensagem do espírito Emmanuel.

Chico Xavier psicografou 451 livros, sendo 39 publicados após a morte. Nunca admitiu ser o autor de nenhuma dessas obras. Reproduzia apenas o que os espíritos lhe ditavam. Por esse motivo, não aceitava o dinheiro arrecadado com a venda de seus livros. Vendeu mais de cinquenta milhões de exemplares em português, com traduções em inglês, espanhol, japonês, esperanto, italiano, russo, romeno, mandarim, sueco e braile. Psicografou cerca de dez mil cartas de mortos para suas famílias. Cedeu os direitos autorais para organizações espíritas e instituições de caridade desde o primeiro livro.

Suas obras são publicadas pelo Centro Espírita União, Casa Editora O Clarim, Edicel, Federação Espírita Brasileira, Federação Espírita do Estado de São Paulo, Federação Espírita do Rio Grande do Sul, Fundação Marieta Gaio, Grupo Espírita Emmanuel s/c Editora, Comunhão Espírita Cristã, Instituto de Difusão Espírita, Instituto de Divulgação Espírita André Luiz, Livraria Allan Kardec Editora, Editora Pensamento e União Espírita Mineira. Mesmo não tendo ensino completo, ele escrevia em torno de seis livros por ano, dentre eles livros de romances, contos, filosofia, ensaios, apólogos, crônicas, poesias etc. É o escritor mais lido da América Latina (nota: ano de 2010).

Seu primeiro livro, Parnaso de Além-Túmulo, com 256 poemas atribuídos a poetas mortos, dentre eles os portugueses João de Deus, Antero de Quental e Guerra Junqueiro e os brasileiros Olavo Bilac, Cruz e Sousa e Augusto dos Anjos, foi publicado pela primeira vez em 1932. O livro gerou muita polêmica nos círculos literários da época. O de maior tiragem foi Nosso Lar, publicado no ano de 1944, atualmente com mais de dois milhões de cópias vendidas, atribuído ao espírito André Luiz, sendo o primeiro volume da coleção de dezessete obras, todas psicografadas por Chico Xavier, algumas delas em parceria com o médico mineiro Waldo Vieira.

Uma de suas psicografias mais famosas, e que teve repercussão mundial, foi a do caso de Goiânia em que José Divino Nunes, acusado de matar o melhor amigo, Maurício Henriques, foi inocentado pelo juiz, que aceitou como prova válida (entre outras que também foram apresentadas pela defesa) um depoimento da própria vítima, já falecida, através de texto psicografado por Chico Xavier. O caso aconteceu em outubro de 1979, na cidade de Goiânia, Goiás. Assim, o presumido espírito de Maurício teria inocentado o amigo dizendo que tudo não teria passado de um acidente.

O pesquisador da Universidade Estadual de Londrina Carlos Augusto Perandréa, durante 13 anos, estudou cientificamente 400 cartas psicografadas por Chico Xavier em transes mediúnicos, utilizando as mesmas técnicas com que avalia assinatura para bancos, polícias e o Poder Judiciário, a grafoscopia. Pandréa comparou a letra (padrão) dos indivíduos antes da morte e depois nas cartas psicografadas, chegando à conclusão de que todas as psicografias possuem autenticidade gráfica dos referidos mortos. Em 1991, o pesquisador publicou o resultado desse estudo em seu livro intitulado "A Psicografia á Luz da Grafoscopia". O estudo também foi publicado na Revista Científica da Universidade de Londrina, a Revista Semina, em 1990, e igualmente apresentado, em outra oportunidade, em um Congresso Nacional, diante de mais de 500 profissionais e peritos da área, sem uma única contestação.

Acusações de fraude

Durante décadas, Chico produziu cartas psicografadas para pais e mães que o procuravam para ter notícias de seus filhos no além. Segundo um estudo de 1990 da Associação Médico-Espírita de São Paulo, nomes de parentes apareciam em 93% das cartas e 35% delas tinham assinaturas semelhantes às dos falecidos. Sempre havia citações que davam impressão de familiaridade aos leitores a quem eram dirigidas.

A fonte dessas informações sempre esteve sob suspeita. Alega-se que funcionários do centro espírita conversavam com os presentes antes das psicografias e que Chico entrevistava previamente as pessoas que o procuravam em busca de contato com os espiritos dos mortos[carece de fontes]. Mesmo assim eram tidas como legítimas pelos familiares, e chegaram a ser usadas como provas em três julgamentos.

Além das cartas, houve a polêmica com os muitos livros de poesia e prosa que Chico produziu em nome de espíritos de escritores famosos do Brasil, como Olavo Bilac e Castro Alves. Chico só estudou até a quarta série primária, mas era leitor voraz e tinha uma biblioteca com quinhentos livros de autores diversos, inclusive em inglês, francês e hebraico. Colecionava também cadernos com recortes de textos e poesias, notadamente dos autores espirituais que o procuravam.

O verdadeiro escândalo veio quando Amauri Pena Xavier, sobrinho de Chico, disse poder imitar as psicografias dele e acusou o tio de ser um impostor. Depois, sentindo-se culpado, retirou a acusação.

Durante transes mediúnicos, eletroencefalogramas do médium mostraram que ele apresentava características comuns da epilepsia, mas clinicamente Chico Xavier nunca foi epiléptico.

Obras psicografadas.

Relação dos livros psicografados por Chico Xavier. A partir do ano de 2003 as obras foram publicadas postumamente:

1932
    Parnaso de Além-Túmulo, Espíritos diversos

1935
    Cartas de uma Morta, Maria João de Deus

1936
    Palavras do Infinito, Espíritos diversos

1937
    Crônicas de Além-Túmulo, Humberto de Campos

1938
    Emmanuel: dissertações mediúnicas sobre importantes questões que preocupam a humanidade, Emmanuel
    Brasil Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, Humberto de Campos

1939
    Lira Imortal, Espíritos diversos
    A Caminho da Luz, Emmanuel

1940
    Novas Mensagens, Humberto de Campos
    Há Dois Mil Anos, Emmanuel
    50 Anos Depois, Emmanuel

1941
    Cartas do Evangelho, Casimiro Cunha
    O Consolador, Emmanuel
    Boa Nova, Humberto de Campos

1942
    Paulo e Estêvão, Emmanuel

1943
    Renúncia, Emmanuel
    Reportagens de Além-Túmulo, Humberto de Campos

1944
    Cartilha da Natureza, Casimiro Cunha
    Nosso Lar, André Luiz
    Os Mensageiros, André Luiz

1945
    Missionários da Luz, André Luiz
    Coletânea do Além, Espíritos diversos
    Lázaro Redivivo, Irmão X

1946
    Obreiros da Vida Eterna, André Luiz

1947
    O Caminho Oculto, Veneranda
    Os Filhos do Grande Rei, Veneranda
    Mensagem do Pequeno Morto, Neio Lúcio
    História de Maricota, Casimiro Cunha
    Jardim da Infância, João de Deus
    Volta Bocage, Manuel M.B. Bocage
    No Mundo Maior, André Luiz

1948
    Agenda Cristã, André Luiz
    Luz Acima, Irmão X

1949
    Voltei, Irmão Jacob
    Alvorada Cristã, Neio Lúcio
    Caminho, Verdade e Vida, Emmanuel
    Libertação, André Luiz

1950
    Jesus no Lar, Neio Lúcio
    Pão Nosso, Emmanuel
    Nosso Livro, Espíritos diversos

1951
    Pontos e Contos, Irmão X
    Falando à Terra, Espíritos diversos
    Páginas do Coração, Irmã Candoca

1952
    Vinha de Luz, Emmanuel
    Pérolas do Além, Espíritos diversos
    Roteiro, Emmanuel
    Pai Nosso, Meimei
    Cartas do Coração, Espíritos diversos

1953
    Gotas de Luz, Casimiro Cunha
    Ave, Cristo!, Emmanuel

1954
    Entre a Terra e o Céu, André Luiz
    Palavras de Emmanuel, Emmanuel

1955
    Nos Domínios da Mediunidade, André Luiz

1956
    Instruções Psicofônicas, Espíritos diversos
    Fonte Viva, Emmanuel

1957
    Ação e Reação, André Luiz
    Vozes do Grande Além, Espíritos diversos

1958
    Contos e Apólogos, Irmão X
    Pensamento e Vida, Emmanuel

1959
    Evolução em Dois Mundos, André Luiz

1960
    Mecanismos da Mediunidade, André Luiz
    Evangelho em Casa, Meimei
    Religião dos Espíritos, Emmanuel
    A Vida Escreve, Hilário Silva

1961
    Almas em Desfile, Hilário Silva
    Seara dos Médiuns, Emmanuel
    Juca Lambisca, Casimiro Cunha

1962
    O Espírito da Verdade, Espíritos diversos
    Justiça Divina, Emmanuel
    Cartilha do Bem, Meimei
    Relicário de Luz, Espíritos diversos
    Timbolão, Casimiro Cunha

1963
    Antologia dos Imortais, Espíritos diversos
    Ideal Espírita, Espíritos diversos
    Leis de Amor, Emmanuel
    Opinião Espírita, Emmanuel / André Luiz
    Sexo e Destino, André Luiz

1964
    Desobsessão, André Luiz
    Contos Desta e Doutra Vida, Irmão X
    Livro da Esperança, Emmanuel
    Dicionário da Alma, Espíritos diversos

1965
    Trovadores do Além, Espíritos diversos
    Palavras de Vida Eterna, Emmanuel
    Estude e Viva, Emmanuel / André Luiz
    O Espírito de Cornélio Pires, Cornélio Pires

1966
    Entre Irmãos de Outras Terras, Espíritos diversos
    Cartas e Crônicas, Irmão X
    Antologia Mediúnica do Natal, Espíritos diversos

1967
    Caminho Espírita, Espíritos diversos
    Encontro Marcado, Emmanuel
    No Portal da Luz, Emmanuel

1968
    Trovas do Outro Mundo, Espíritos diversos
    E a Vida Continua ..., André Luiz
    Luz no Lar, Espíritos diversos

1969
    À Luz da Oração, Espíritos diversos
    Orvalho de Luz, Espíritos diversos
    Passos da Vida, Espíritos diversos
    Estante da Vida, Irmão X
    Alma e Coração, Emmanuel
    Poetas Redivivos, Espíritos diversos

1970
    Idéias e ilustrações, Espíritos diversos
    Paz e renovação, Espíritos diversos
    Vida e sexo, Emmanuel
    Mais luz, Batuíra
    Correio fraterno, Espíritos diversos

1971
    Trovas do mais além, Espíritos diversos
    Benção de paz, Emmanuel
    Mãe, Espíritos diversos
    Antologia da espiritualidade, Maria Dolores
    Rumo certo, Emmanuel
    Pinga Fogo – primeira entrevista, Espíritos diversos
    Coragem, Espíritos diversos
    Sinal verde, André Luiz

1972
    Entrevistas, Emmanuel
    Chico Xavier – dos hippies aos problemas do mundo, Espíritos diversos
    Através do tempo, Espíritos diversos
    Mãos unidas, Emmanuel
    Taça de luz, Espíritos diversos
    Chico Xavier pede licença, Espíritos diversos
    Mãos marcadas, Espíritos diversos
    Natal de sabina, Francisca Clotilde

1973
    Escrínio de luz, Emmanuel
    Segue-me, Emmanuel
    Encontro de paz, Espíritos diversos
    Na era do Espírito, Espíritos diversos
    Rosas com amor, Espíritos diversos
    Bezerra, Chico e você, Bezerra de Menezes
    A vida fala I, Neio Lúcio
    A vida fala II, Neio Lúcio
    A vida fala III, Neio Lúcio

1974
    Astronautas do além, Espíritos diversos
    Entre duas vidas, Espíritos diversos
    Retratos da vida, Cornélio Pires
    Diálogo dos vivos, Espíritos diversos
    Calendário Espírita, Espíritos diversos
    Instrumentos do tempo, Emmanuel

1975
    Respostas da vida, André Luiz
    Jovens no além, Espíritos diversos
    Conversa firme, Cornélio Pires
    A terra e o semeador, Emmanuel
    Chão de flores, Espíritos diversos
    Caminhos de volta, Espíritos diversos

1976
    O Esperanto como Revelação, Francisco V. Lorenz
    Busca e acharás, Emmanuel / André Luiz
    Amanhece, Espíritos diversos
    Recanto de paz, Espíritos diversos
    Deus sempre, Emmanuel
    Somos Seis, Espíritos diversos
    Tintino… o espetáculo continua, Francisca Clotilde
    Auta de Souza, Auta de Souza

1977
    Crianças no além, Marcos
    Baú de casos, Cornélio Pires
    Amizade, Meimei
    Companheiro, Emmanuel
    Maria Dolores, Maria Dolores
    Momentos de ouro, Espíritos diversos
    Amor e luz, Emmanuel / Espíritos diversos
    Coisas deste mundo, Cornélio Pires
    Chico Xavier em Goiânia, Emmanuel
    Luz bendita, Emmanuel / Espiritos diversos

1978
    Amor sems adeus, Walter Peronne
    Recados do além, Emmanuel
    Enxugando lágrimas, Espíritos diversos
    Coração e vida, Maria Dolores
    Caridade, Espíritos diversos
    Na hora do testemunho, Espíritos diversos
    Assim vencerás, Emmanuel
    Falou e disse, Augusto Cezar Netto
    Somente amor, Maria Dolores / Meimei

1979
    Inspiração, Emmanuel
    Tempo de luz, Espíritos diversos
    Encontros no tempo, Espíritos diversos
    Marcas do caminho, Espíritos diversos
    Janela para a vida, Espíritos diversos
    Amigo, Emmanuel
    Calma, Emmanuel
    Claramente vivos, Espíritos diversos
    Antologia das criança, Espíritos diversos
    Ceifa de luz, Emmanuel

1980
    Sinais de rumo, Espíritos diversos
    Vida em vida, Espíritos diversos
    Gaveta de esperança, Laurinho
    Algo mais, Emmanuel
    Livro de respostas, Emmanuel
    Urgência, Emmanuel
    Irma Vera Cruz, Vera Cruz
    A vida conta, Maria Dolores
    Momentos de paz, Emmanuel
    Pronto-socorro, Emmanuel
    Deus aguarda, Meimei
    Irmão, Emmanuel
    Notícias do além, Espíritos diversos
    Vida no além, Espíritos diversos

1981
    Feliz regresso Espíritos diversos
    Caminhos, Emmanuel
    Aulas da vida, Espíritos diversos
    Augusto vive, Augusto Cezar Netto
    Viajores da luz, Espíritos diversos
    Eles voltaram, Espíritos diversos
    Rumos da vida, Espíritos diversos
    Familia, Espíritos diversos
    Intervalos, Emmanuel
    Linha 200, Emmanuel
    Atenção, Emmanuel
    Paz e alegria, Espíritos diversos
    Vivendo sempre, Espíritos diversos

1982
    Seara da fé, Espíritos diversos
    Nascer e renascer, Emmanuel
    Quem são, Espíritos diversos
    Mais vida, Espíritos diversos
    Reencontros, Espíritos diversos
    Filhos voltando, Espíritos diversos
    Sentinelas da alma, Meimei
    Palavras do coração Meimei
    Adeus solidão, Espíritos diversos
    Praça da amizade, Espíritos diversos
    Gabriel, Gabriel
    Entes queridos, Espíritos diversos
    Lealdade, Maurício G. Henrique
    Seguindo juntos, Espíritos diversos
    Endereços da paz, André Luiz

1983
    Material de construção, Emmanuel
    Presença de Laurinho, Laurinho
    Estamos no além, Espíritos diversos
    Venceram, Espíritos diversos
    Ninguém morre, Espíritos diversos
    Paciência, Emmanuel
    Diário de bençãos, Cristiane
    A ponte, Emmanuel
    Antenas de luz, Laurinho
    Recados da vida, Espíritos diversos
    E o amor continua, Espíritos diversos
    Mensagens que confortam, Ricardo Tadeu
    Mais perto, Emmanuel
    Cidade no além, André Luiz / Lucios
    Caminhos do amor, Maria Dolores
    Correio do além, Espíritos diversos
    Os dois maiores amores, Espíritos diversos
    Vida nossa vida, Espíritos diversos
    Paz, Emmanuel

1984
    Entender conversando, Emmanuel
    Tempo e amor, Espíritos diversos
    Quando se pretende falar da vida, Roberto Muszkat
    Humorismo no além, Espíritos diversos
    Tocando o barco, Emmanuel
    Convivência, Emmanuel
    Sorrir e pensar, Espíritos diversos
    Confia e segue, Emmanuel
    Momentos de encontro, Rosângela
    Alma e vida, Maria Dolores
    Retornaram contando, Espíritos diversos
    Presença de luz, Augusto Cezar Netto
    Agora é o tempo, Emmanuel
    Horas de luz, Espíritos diversos
    Hoje, Emmanuel
    Fé, Espíritos diversos
    Bastão de arrimo, William
    Novamente em casa, Espíritos diversos
    Flores de outono, Jésus Gonçalves

1985
    Viajor Emmanuel
    Loja de alegria, Jair Presente
    Esperança e vida, Espíritos diversos
    Espera servindo, Emmanuel
    Neste instante, Emmanuel
    Educandário de luz, Espíritos diversos
    Tão fácil, Espíritos diversos
    Amor e saudade, Espíritos diversos
    Caravana de amor, Espíritos diversos
    Jóia, Emmanuel
    Bazar da vida, Jair Presente
    Monte acima, Emmanuel
    Viajaram mais cedo, Espíritos diversos
    Juntos venceremos, Espíritos diversos
    Nós, Emmanuel

1986
    Festa de paz, Espíritos diversos
    Dinheiro, Emmanuel
    Mediunidade e sintonia, Emmanuel
    Luz e vida, Emmanuel
    Agência de notícias, Jair Presente
    Crer e agir, Emmanuel / Irmão José
    Abrigo, Emmanuel
    O essencial, Emmanuel
    Apelos cristãos, Bezerra de Menezes
    Reconforto, Emmanuel
    Ponto de encontro, Jair Presente
    Apostilas da vida, André Luiz
    Canais da vida, Emmanuel

1987
    Jesus em nós, Emmanuel
    Estrelas no chão, Espíritos diversos
    Vozes da outra margem, Espíritos diversos
    Estradas e destino, Espíritos diversos
    Visão nova, Espíritos diversos
    Resgate e amor, Tiaminho
    Vitória, Espíritos diversos
    Sementes de luz, Espíritos diversos
    Intercâmbio do bem, Espíritos diversos
    Tende bom ânimo, Espíritos diversos
    Doutrina e vida, Espíritos diversos
    Esperança e alegria, Espíritos diversos
    Fonte de paz, Espíritos diversos
    Trevo de idéias, Emmanuel
    Hora certa, Emmanuel
    Ação e caminho, Emmanuel / André Luiz
    Palavras de coragem, Espíritos diversos
    Temas da vida, Espíritos diversos
    Brilhe vossa luz, Espíritos diversos
    Escultores de almas, Espíritos diversos

1988
    Plantão da paz, Emmanuel
    Vida além da vida, Lineu de Paula Leão Jr.
    Lar – oficina, esperança e trabalho, Espíritos diversos
    Cura, Espíritos diversos
    Palco iluminado, Jair Presente
    Comandos do amor, Espíritos diversos
    Roseiral de luz, Espíritos diversos
    Relatos da vida, Irmão X
    Alvorada do reino, Emmanuel
    Páginas de fé, Espíritos diversos
    Gratidão e paz, Espíritos diversos
    Assembléia de luz, Espíritos diversos
    Corações renovados, Espíritos diversos
    Construção do amor, Emmanuel
    Irmãos unidos, Espíritos diversos
    Escola no além, Cláudia P. Galasse

1989
    Indulgência, Emmanuel
    Fotos da vida, Augusto Cezar Netto
    Confia e serve, Espíritos diversos
    Aceitação e vida, Margarida Soares
    Doutrina e aplicação, Espíritos diversos
    Servidores no além, Espíritos diversos
    Refúgio, Emmanuel
    Histórias e anotações, Irmão X
    Fé, paz e amor, Emmanuel
    Semeador em tempos novos, Emmanuel
    Rapidinho, Jair Presente

1990
    Porto de alegria, Espíritos diversos
    Sentinelas da luz, Espíritos diversos
    Perante Jesus, Emmanuel
    Pétalas da primavera, Espíritos diversos
    Doutrina de luz, Emmanuel
    A semente de mostarda, Emmanuel
    Trilha de luz, Emmanuel
    Alma e luz, Emmanuel
    Excursão de paz, Espíritos diversos
    Harmonização, Emmanuel
    Vereda de luz, Espíritos diversos
    Moradias de luz, Espíritos diversos
    Ante o futuro Espíritos diversos
    Continuidade, Espíritos diversos
    Dávidas de amor, Maria Dolores
    A verdade responde, Emmanuel / André Luiz

1991
    Fulgor no entardecer, Espíritos diversos
    Queda e ascensão da cada dos benefícios, Bezerra de Menezes
    Ação, vida e luz, Espíritos diversos
    Assuntos da vida e da morte, Espíritos diversos
    Carmelo Grisi, ele mesmo, Carmelo Grisi

1992
    Novo mundo, Emmanuel
    Doações de amor,Espíritos diversos
    Pérolas de luz, Emmanuel
    Levantar e seguir,,Emmanuel
    Luz no caminho, Emmanuel
    Chico Xavier, uma vida de amor, Emmanuel
    Uma vida de amor e caridade, Espíritos diversos
    Centelhas, Emmanuel
    Estamos vivos, Espíritos diversos

1993
    Tesouro de alegria, Espíritos diversos
    Semente, Emmanuel
    Chico Xavier – mandato de amor, Espíritos diversos
    Migalha, Emmanuel
    Revelação, Jair Presente
    O ligeirinho, Emmanuel
    Bençãos de amor, Espíritos diversos
    Gotas de paz, Emmanuel
    Mentores e seareiros, Espíritos diversos
    Tempo e nós, Emmanuel / André Luiz
    Compaixão, Emmanuel
    A volta, Espíritos diversos
    As palavras cantam, Carlos Augusto
    Esperança e luz, Espíritos diversos
    Preito de amor, Espíritos diversos
    Abençoa sempre, Espíritos diversos

1994
    Pássaros humanos, Espíritos diversos
    Viveremos sempre, Espíritos diversos
    Dávidas espirituais, Espíritos diversos
    União em Deus, Espíritos diversos
    Momento, Emmanuel
    Vida e caminho, Espíritos diversos
    Antologia da paz, Espíritos diversos

1995
    Pingo de luz, Carlos Augusto
    Renascimento espiritual, Espíritos diversos
    Antologia da caridade, Espíritos diversos
    Notas do mais além, Espíritos diversos
    Indicações do caminho, Carlos Augusto
    Recados da vida maior, Espíritos diversos
    Palavras de Chico Xavier, Emmanuel
    Anotações da mediunidade, Emmanuel
    Plantão de respostas, Pinga Fogo II
    Elenco de familiares, Espíritos diversos
    Antologia da juventude, Espíritos diversos
    Antologia da amizade, Emmanuel
    Sínteses Doutrinárias, Espíritos diversos
    Antologia da esperança, Espíritos diversos
    Antologia do caminho, Espíritos diversos

1996
    Doutrina escola, Espíritos diversos
    Saudação do natal,Espíritos diversos
    Paz e amor, Cornélio Pires
    Alma do povo, Cornélio Pires
    Paz e libertação, Espíritos diversos
    Novos Horizontes, Espíritos diversos
    Oferta de amigo, Cornélio Pires
    Degraus da vida, Cornélio Pires

1997
    Toques da vida, Cornélio Pires
    Pedaços da vida, Cornélio Pires
    Trovas do coração, Cornélio Pires
    Traços de Chico Xavier, Espíritos diversos
    Senda para Deus, Espíritos diversos
    Caminhos da fé, Cornélio Pires
    Caminhos da vida, Cornélio Pires
    Pétalas da vida, Cornélio Pires

1998
    Caminho iluminado, Emmanuel
    Agenda de luz, Espíritos diversos

1999
    Escada de luz, Espíritos diversos
    Canteiro de idéias, Espíritos diversos
    Trovas da vida, Cornélio Pires
    Perdão e vida, Espíritos diversos
    Viagens sem adeus, Cláudio R. Nascimento

2000
    O Evangelho de Chico Xavier, Emmanuel

2001
    Amor e verdade, Espíritos diversos

2003
    Tudo virá a seu tempo, Elcio Tumenas

2004
    Missão Cumprida, Espíritos diversos
    Realmente, Espíritos diversos
    Chico Xavier inédito: psicografias ainda não publicadas, Espíritos diversos

2005
    A morte é simples mudança, Flávio Mussa Tavares

2006
    Sementeira de Luz, Neio Lúcio
    Mensagens de Inês de Castro, Inês de Castro
    Do outro lado da vida, Paulo Henrique Bresciane

2007
    Abençoando nosso Brasil, Espíritos diversos
    Deus Conosco, Emmanuel
    Um Amor Muitas Vidas, Espírito de Cezinha

2008
    Militares no além, Espíritos diversos

Fonte: Wilkipédia.